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Bolívia expulsa Coca-Cola e decreta falência da McDonald´s no país?
A "notícia foi noticiada" pelos melhores (!) jornais e revistas do Brasil, causou espanto na mídia capitalista e fez a festa de muita gente de todo o espectro político.
De um lado, aqueles que viam a expulsão da multinacional como demonstração do desprezo pelo capitalismo.
Do outro, aqueles que viam a expulsão da multinacional como demonstração do desprezo pelo capitalismo.
Êpa!
É mais ou menos como a história de que o capitalismo é a exploração do homem pelo homem. Já o comunismo é exatamente o contrário.
A notícia se espalhou rapidamente no dia primeiro de agosto, confundido pela imprensa com o primeiro de abril, dia da mentira.
"Bolívia não terá Coca-Cola e McDonald's a partir de dezembro" - Folha de São Paulo.
"Ministro boliviano: 2012 não é o fim do mundo, e sim da Coca-Cola" - O Estado de São Paulo.
"Bolívia expulsa Coca-Cola e anuncia falência do McDonald's" - Diário de Pernambuco.
"Coca-Cola será expulsa da Bolívia" - Rede Democrática.
Em 13 de julho de 2012, o governo boliviano teria informado à Coca-Cola para encerrar totalmente suas operações até o próximo dia 21 de dezembro [2012].
Como a história surgiu? O que aconteceu?
"Segundo a Agência Venezuelana de Notícias (AVN), o ministro das relações exteriores da Bolívia, David Choquehuanca, afirmou em um programa de televisão que a expulsão ocorrerá em 21 de dezembro, “em sintonia com o fim do calendário Maia e será parte das comemorações para celebrar o fim do capitalismo e o começo da cultura da vida”.
Foi a Agência Venezuelana de Notícias, do compañero Chavez, que provocou todo o imbróglio? Pode ser.
O fato é que David Choquehuanca, ministro das relações exteriores da Bolívia, afirmou em discurso realizado no dia 13 de julho de 2012:
“El 21 de diciembre de 2012 es el fin del egoísmo, de la división, el 21 de diciembre de 2012 tiene que ser el fin de la Coca Cola, el comienzo del ‘mocochinchi’ (refresco hervido de durazno seco), del ‘wilkaparu’ (de maíz)”.
Usando de simbolismo, mal digerido pela imprensa apressada, o ministro mencionava o calendário Maia, o solstício de verão e o início de nova era na qual a Coca Cola daria lugar a refresco de fabricação local.
O ministro Choquehuanca e o presidente Evo Morales são de origem aymará, nação indígena pré-colombiana que ocupa regiões andinas da Bolívia, Peru e Chile.
Nem a origem indígena nem a orientação política dos dirigentes bolivianos são vistas com bons olhos pela chamada grande imprensa e qualquer ocorrência que se encaixe nos preconceitos é logo devidamente enquadrada.
Foi isso o que aconteceu e a Agência Boliviana de Informação (ABI), órgão estatal, esclarece:
"... a declaração de Choquehuanca sobre a expulsão da Coca-Cola do país é simbólica. "
Trata-se de um mal-entendido.
O ministro é um estudioso do calendário maia e fez uma declaração muito coloquial. Ele falava de uma visão comunitária das coisas, de uma nova época que contradiz com a visão liberal e da propriedade privada, indicando que a partir de 21 de dezembro não será o tempo da Coca-Cola, como um símbolo do capitalismo", explicou Jorge Cuba, chefe da ABI.
O ministro boliviano já fez outras declarações tidas como polêmicas, mas que na verdade podem ser tomadas como expressões poéticas e em certa ocasião ele disse:
“Las piedras hasta sexo tienen para nosotros. Hasta edad tienen. Hay piedras abuelo y piedras niño”.
Oposicionistas criticam; os adeptos da cultura indígena adoram.
Aqui no Brasil, presidente da república já declarou: "Prefiro o cheiro do cavalo ao cheiro do povo".
Claro que era em sentido figurado.
Uma licença poética.
Poética!?
Bem, cada um faz a poesia que sabe fazer.
E a falência da McDonald´s na Bolívia?
A empresa faliu e fechou as portas em dezembro de 2002, portanto há cerca de dez anos.
Os sabores não foram aceitos pela população local e a empresa fez o que toda empresa capitalista faz: vai buscar o lucro em outro lugar.
Por que quebro McDonalds? - Un recorrido por la comida tipica boliviana.
A Bolívia decidiu expulsar a Coca-Cola do país, com o argumento de que o refrigerante está associado a infartos, derrame, câncer e, claro, capitalismo. O governo do país também anunciou a falência do McDonald’s por lá.
Segundo a Agência Venezuelana de Notícias (AVN), o ministro das relações exteriores boliviano, David Choquehuanca, afirmou em um programa de televisão que a expulsão ocorrerá em 21 de dezembro, “em sintonia com o fim do calendário Maia e será parte das comemorações para celebrar o fim do capitalismo e o começo da cultura da vida”.
Em substituição à Coca-Cola, o ministro defendeu o consumo de mocochinche (refresco de pêssego).
Quanto à rede de fast food McDonald’s, Choquehuanca comemorou que a empresa fechará suas oito lojas na Bolívia, após 14 anos em atividade, por não conseguir resultados positivos.
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