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| O que fazer? |
Virus Alert! |
No final, sempre vem o apelo característico:
...é importante que essa informação SEJA PASSADA para TODOS: vizinhos, parentes, amigos, listas na Internet ao qual você pertence, enfim, qualquer lugar onde ela possa ser vista. Re-enviem esta mensagem a todas as pessoas que puderem (sic) Passe essa informação para seus amigos. Assim que acabar de ler esse aviso, envie esta mensagem para máximo de pessoas que for possível SUGERIMOS QUE CADA PESSOA QUE RECEBA ESTE ARTIGO O DIVULGUE PARA O MAIOR NÚMERO POSSÍVEL DE PESSOAS E ENTIDADES. |
Letras maiúsculas e sinais de exclamaçãoA presença de muitas palavras, frases e até parágrafos escritos com letras maiúsculas são bons indicadores de que a mensagem é uma farsa. As letras maiúsculas pretendem dar ênfase a determinadas passagens e são elementos de persuasão do incauto. As boas normas de netiqueta não recomendam o uso de palavras e frases com letras maiúsculas, pois elas são equivalentes a falar tais palavras e frases em voz alta ou aos gritos. Coisa de gente mal educada ;)
Uma de nossas leitoras chama a atenção sobre esse ponto de vista que ela chama de radical: se está escrito com letras maiúsculas, então é suspeito. Ela lembrou que o teclado usado pode estar defeituoso e, por conta disso, só escrever com letras maiúsculas. É...
E acrescenta:
Quando envio uma instrução para alguém enfatizo o NÃO |
Sem dúvida, essa é uma maneira de destacar uma palavra ou uma frase. Agora, enfatizar todo um texto é inadequado, pois o destaque deixa de existir.
Muitos sinais de exclamação (sinais de admiração! ) ao longo do texto também são bons indicadores de que se está diante de uma pulha.<
AmbiguidadesDe todas as lendas aqui analisadas nenhuma delas provocou maiores reações nos visitantes do que a lenda do microondas. Recebi várias mensagens a respeito dessa história e, pelo menos duas delas, bastante grosseiras.
Todas as pessoas afirmavam que já tinham ouvido falar sobre a reação da água aquecida no microondas. Isto é um fato inquestionável. Nenhuma delas, no entanto, afirmou conhecer a pessoa mencionada na mensagem nem haver presenciado o caso, o acidente descrito.
A ambigüidade, então, se apresenta da seguinte forma: uma parte do fato descrito, a possibilidade de a água superaquecer desigualmente e poder ocasionar um acidente é fato comprovado. A outra parte, que envolveu "... meu filho de 26 anos... ", uma pessoa de carne e osso, essa pessoa supostamente acidentada jamais foi localizada. Nem no Brasil nem nos Estados Unidos, origem provável dessa lenda.
É a mesma coisa da lenda das seringas infectadas com AIDS. É verdadeira a possibilidade de uma pessoa ser infectada se nela for injetado sangue ou alguma coisa contaminada. É falso que tenha ocorrido algum caso de pessoa contaminada dessa forma no Metrô de São Paulo, num cinema do Rio ou no carnaval de Olinda. Não há por que dar crédito a essa história e sair mandando spam pelo mundo a fora.
Sobre esse caso da seringa infectada: em maio de 2002, houve casos de agressões contra mulheres em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Até o momento, agosto de 2002, não há comprovação de que as seringas estavam infectadas com o vírus da AIDS.
Então, uma coisa é a existência de mensagem de origem desconhecida fazendo referências imprecisas a fatos não registrados. Outra coisa muito diferente é a possibilidade de, por exemplo, água fervente provocar queimaduras. Ninguém duvida de que água quente possa queimar a pele e produzir ferimentos graves.Falsos vírus
Ainda bem que eles não existem, porque os falsos vírus são terríveis na visão dos criadores das mensagens que os divulgam. Eles destroem tudo: o computador, o disco rígido, os dados.
Jamais um fabricante de antivírus foi capaz de inventar a ferramenta adequada para eliminar os falsos vírus anunciados. Isso é perfeitamente justificável, pois esses vírus jamais existiram mesmo...
Quando você receber uma mensagem falando horrores sobre um vírus dizendo que:
- "não abra o arquivo sob nenhuma circunstância" (há quem diga "...sobre nenhuma circunstância" :-)
- nenhum fabricante de antivírus conseguiu produzir vacina ou programa capaz de neutralizá-lo;
- a AOL, a IBM, a Symantec, a Microsoft, a CNN, o Jornal da Silibrina ou a Silibrina Software Inc. confirmou a periculosidade do tal vírus;
- o vírus foi descoberto ontem ou na semana passada;
- ele destrói o seu disco rígido
então tenha a certeza de que você está diante de um falso vírus. Na verdade, basta uma dessas frases ou algo parecido para você confirmar a mentira: o tal vírus não existe.
Faça, também, as seguintes perguntas ao receber uma mensagem anunciando um vírus:O texto da mensagem é de autoria de quem a enviou para você? Se a mensagem não for de autoria do remetente, então é muito provável que ela conte uma mentira.
A mensagem tem um tom de histeria do tipo "IMPORTANTE!", "URGENTE!" ou "Passe esta mensagem adiante!"? Se uma dessas coisas estiver presente na mensagem, então tenha certeza de que é mais uma conversa fiada.
Existem frases com letras maiúsculas ou o texto é todo redigido com letras maiúsculas? Se existem muitas frases escritas com letras maiúsculas ou se toda a mensagem for redigida com letras maiúsculas, então é muito provável que a informação seja falsa.
A mensagem faz referência a data indeterminada como "ontem", "sábado", "nesta semana" ou na "semana passada"? Se a mensagem contiver uma dessas "datas", então é muito provável que seja mais uma lorota.Se você não tiver a convicção de que o vírus existe ou não, a melhor maneira de tirar a dúvida é consultar o pessoal do suporte do seu provedor ou visitar os sítios de fabricantes de antivírus.
Mas lembre-se de uma coisa: alguém pode descrever um dos mais de cem mil vírus reais usando linguagem inadequada, com letras maiúsculas, com muitos sinais de exclamações, pedir que se faça spam e, no final das contas, tratar-se de um vírus real.
De qualquer forma, um percentual bastante elevado das mensagens de aviso de vírus, não enviadas por empresas fabricantes de vírus, que circulam pela Internet são avisos de falsos vírus.
Lembre-se, também, que ao passar um aviso de falso vírus você está sendo co-responsável pela disseminação de notícia falsa e você pode ter a sua credibilidade comprometida.Riscos à saúde e à segurança
São os casos das mensagens sobre o Aspartame, Lauril Sulfato de Sódio (LSS), urina em lata ou em garrafa de refrigerante, água quente no microondas, agulhas infectadas, seqüestros nas proximidades de construções, implosão de tubo de TV e outras coisas do gênero.
Quase todas elas trazem alguma recomendação, uma preocupação com a segurança ou com a saúde das pessoas. Às vezes fica difícil separar o que é falso do que é verdadeiro. Alguns conselhos são úteis. Outros, são grandes disparates. Como separar o falso do verdadeiro? Use o bom senso. Quando envolver questões de saúde, converse com o seu médico.
Vale lembrar que é bom ter cuidado ao passar por perto de construções. Ao passar longe de construções, também tenha cuidado. Seqüestros acontecem nos mais diversos lugares.
E mais:Aspartame e Lauril Sulfil podem fazer mal à saúde? Sem dúvida, desde que usados em excesso ou sejam usados por pessoas sensíveis aos seus componentes.
Garrafa ou lata suja pode causar mal à saúde? É claro que pode. O recipiente em que as latas e garrafas são postas para resfriar, por exemplo, pode estar contaminado, a água pode ser imprópria para o consumo.
O tubo de imagem do aparelho de TV e este monitor que está aqui na sua frente podem implodir? Teoricamente sim. Se você tiver conhecimento de algum caso desse tipo, por favor, conte pra mim para eu registrá-lo. (Um dia desses, eu estava numa oficina de manutenção de micros e vi um monitor com o vidro quebrado. Fiquei curioso, pois poderia ser um caso comprovado de implosão. Que nada! Fora uma explosão. Uma explosão de ciúmes da esposa do dono do micro. Ela deu uma martelada certeira bem no meio da tela do monitor.)
Agulha, vidro e arame infectados podem contaminar com AIDS e outras doenças? Sim. Ocorreram casos de contaminação no Metrô de São Paulo, num carnaval ou num cinema? Não há registros de tais ocorrências.
Lendas de cunho fundamentalista
Vez por outra, surgem história envolvendo citações de livros sagrados, pactos com demônios, supostas confirmações da Bíblia e outras coisa semelhantes. Nestes casos, vale lembrar a frase de Jonathan Swift: "É inútil tentar fazer uma pessoa abandonar pelo raciocínio aquilo que não adquiriu pela razão."
Mesmo assim, tentamos.
E pra finalizar...
Lembre-se de uma coisa: as pulhas virtuais foram criadas para pregar uma peça aos novatos e recém-chegados à Internet. Como a Internet vem crescendo a cada dia (bela e acaciana constatação!), todos os dias novos patos potenciais aparecem para serem empulhados (quase que escrevo empalhados). Portanto, fica difícil acabar com esse tipo de coisa de uma vez por todas. Acontece, às vezes, que o pato age de boa fé. Pensa estar prestando um grande serviço aos incautos e irresponsáveis, que segundo a sua (dele, o pato) abalizada opinião de internauta, são os outros.
Qual o tipo de pessoa que passa uma dessas mensagens adiante, um boato, um falso vírus, uma pulha virtual?1. algumas pessoas passam a mensagem adiante porque é muito fácil e rápido fazer isso;
2. outras pessoas levam algum tempo para passar a mensagem adiante porque não manejam com desenvoltura esse instrumento que é o computador, mas ficam felizes da vida quando conseguem dar um "um furo" e avisar o mundo sobre a existência do falso vírus Good Times, por exemplo;
3. há quem se sinta o próprio "bom samaritano virtual", ou a sua versão feminina, a "boa samaritana virtual", ao mandar o pedido de ajuda para a inexistente Rachel Arlington;
4. há os espertos e espertas que pretendem ganhar um telefone celular da Nokia. Há quem prefira o da Ericsson, mas ninguém vai receber coisa nenhuma.Há espertos, ingênuos, gente de bom coração que pretende ajudar os outros, gente que pretende se passar por bem informada, gente bem informada... É uma lista longa de tipos de pessoas, mas no final das contas é o seguinte: é muito fácil passar uma só mensagem para quatro ou cinco mil pessoas.
Ainda que apenas 1% acredite no que está escrito e passe o boato pra frente, a propagação é enorme.
Outra coisa: muitas dessas histórias já existiam antes da Internet e se propagavam através de correspondência convencional e, mais tarde, via fax. O fax e a correspondência enviada pelos correios dão bem mais trabalho do que usar o Eudora ou o Outlook Express para disseminar uma informação falsa ou verdadeira.
Tem mais: o fax se deteriora com o tempo em conseqüência da sujeira que se acumula ou por conta da perda da cor (em alguns modelos de fax). A correspondência fica esquecida numa pasta de amores esquecidos, por exemplo. Outras se perdem.
Na Internet, nada se perde, tudo se arquiva e, mais cedo ou mais tarde, o boato arquivado renasce com todo o vigor como se fosse coisa nova. E assim se reinicia o ciclo do boato do falso vírus, do pedido de ajuda para quem não precisa de ajuda porque não existe, da pessoa desaparecida que jamais desapareceu.
Descobertas científicas
Quanto às notícias sobre descobertas científicas ou eventos extraordinários, acredite se quiser, mas tenha cautela e verifique a procedência da mensagem. Faça uma análise crítica dela. Muitos jornais e revistas já caíram nessas pulhas.
O BoimateNa edição de 27 de abril de 1983 a revista Veja publicou matéria sobre grande descoberta realizada por cientistas norte-americanos. |
Finalmente: qualquer que seja o conteúdo de uma mensagem, qualquer que seja o apelo, não saia por aí encaminhando para o mundo todo as mensagens que tiver recebido. Esse tipo de comportamento, denominado de spam, é altamente condenável. Ao fazer o spam, você está
- contribuindo para a disseminação de notícia falsa ou
- incentivando uma ação ilegal;
- ocupando os canais de tráfego da Internet com coisa imprestável e
- poluindo o ciberespaço.
Alguns provedores de serviços da Internet chegam a cancelar a conta de pessoas que adotam essa prática reprovável.
Só um detalhe a mais: o pato é quem dá seguimento à pulha. O filho da pulha :)
Conclusão: ao ler uma mensagem ou qualquer outra coisa - livro, jornal, revista, página da web - faça uma análise crítica do conteúdo dela. Veja se as afirmações são coerentes e se o acontecimento descrito é plausível. Verifique se a história apresenta algum fundamento, preste atenção aos detalhes. Procure outras fontes, confronte opiniões diferentes e tire as suas próprias conclusões. Em caso de dúvida, aguarde um pouco mais.
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