| Penis captivus, de cohesione in coitu | |
A situação ocorre quando músculos vaginais se contraem, prendem firmemente o pênis do parceiro que não pode retirá-lo se não após algum tempo. Além de incômoda e dolorida, apenas com a intervenção de terceiros seria possível desprender o casal.
A mais célebre descrição de caso dessa natureza encontra-se em carta enviada por Egerton Yorrick Davis para The Philadelphia Medical News no ano de 1884.
Célebre e falsa referência.
Egerton Yorrick Davis foi personagem criado por Sir William Osier (1849-1919), membro do comitê editorial da publicação, e tinha como finalidade ridicularizar o dr. Theophilus Parvin, também integrante do comitê. O dr. Parvin, professor de obstetrícia e ginecologia do Jefferson Medical College in Philadelphia, havia publicado artigo descrevendo o vaginismo mencionando incerta ocorrência, sem citar um fato real.
O artigo foi considerado pretensioso e o dr. Osier, através do fictício Egerton Yorrick Davis, queria "contribuir" com o dr. Parvin relatando situação supostamente real.
Conta-se que o dr. Osler levou o segredo para o túmulo e apenas na década de setenta do século passado é que se descobriu a verdade. Durante quase um século, o caso foi considerado verdadeiro, mas hoje ele é apenas ralatado na secção de piadas de publicações médicas.
Especialistas consideram que a situação descrita é implausível e impossível de ocorrer.
Implausível e impossível, sem registros científicos, mas a imaginação humana descarta esses requisitos e temos conhecimento de dois relatos, além da história contada por Davis.
Existe uma versão que circulou pelos anos de 1960 no Recife. Outra versão percorre a Europa. Nos três casos, as situações se assemelham.
Versão Davis. Inglaterra, ano de 1884.
É noite. O dono da casa vai fazer revisão nas portas, ver se estão bem fechadas quando ouve ruídos estranhos, mas reconhecíveis. Sussurros vêm do quarto do cocheiro e o dono da casa quer saber do que se trata e vai até o lugar de onde provém o barulho.
Do que se trata? Elementar, meu caro Watson!
O cocheiro está em pleno, como dizer, ... isso mesmo: com uma das empregadas. Situação inesperada para o casal.
Os dois se assustam e o medo repentino provoca espamo e contração muscular na mulher que prende, literalmente, seu homem.
Sem conseguir separá-los, o dono da casa chama o dr. Davis para prestar socorro às vítimas. Ele aplica gelo, mas somente depois de dar clorofórmio para a mulher cheirar é que acontece o relaxamento e o final dos espamos. Ela dorme e ... end of story, pois aconteceu na Inglaterra :) |
Versão recifense. Década de 1960.
Namorados, filhos de personagens frequentadores de colunas sociais e pertencentes a família tradicional pernambucana, estavam na sala da casa dela, no sofá, no maior amasso que progrediu para o estágio seguinte. Sim, houve aquilo que eruditos chamam de penetração.
Quando os dois estavam no bem-bom e já na hora do ai-meu-deus eis que adentram a sala, também é assim que dizem os eruditos, os pais dela.
Os dois casais ficaram assustados, cada um deles por suas razões.
Pânico.
O susto foi tão grande que, naquele exato momento, a jovem sofreu um espasmo e os músculos da vagina se contraíram de tal forma que ocorreu o temido penis captivus. Isso mesmo: ficou preso lá dentro. Nem ele conseguia sair, nem ela soltar.
Dá para imaginar a aflição, pois o caso ocorreu naqueles tempos que precederam a marcha da família com Deus pela liberdade. Os pais do casal eram coordenadores da marcha... mas isso já é outra história.
Desculpem a expressão grosseira, mas os dois estavam engatados. Impossível separá-los pela força física e os quatro personagens envolvidos se esforçaram bastante para evitar o estágio seguinte que terminou por acontecer.
Pois bem, malgrado as tentativas, eles tiveram de recorrer aos serviços especializados de hospital para produzir o desenlace. Segundo a lenda, o casal foi enrolado em lençol e levado para o nosocômio, como diziam cronistas especializados daquela época.
Quem contava a história sabia, de fonte segura, detalhes do fato uma vez que amigo/a dele/a, também amigo/a do casal, havia sido chamado/a para acudir a família no infortúnio(!). |
Versão europeia.
O padeiro e a mulher do estalajadeiro foram ao cinema para compartilhar mais do que a pipoca e o filme.
Como no caso recifense, bem na hora do ai-meu-deus, ocorre o inesperado: o filme quebra, a projeção é interrompida e acendem a luz do salão.
A mulher fica tão apavorada que contrai os músculos e, também nesse caso, ocorre o fenômeno do penis captivus. Impossível separar os dois e ambulância vem socorrer o aflito casal que é removido para procedimento médico de urgência. |
23 de junho de 2012 | Siga pulhas virtuais no Twitter
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