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Quatrocantos.comLendas e folclore da Internet. As pulhas virtuais.

Desvendando lendas, hoaxes e mitos da Internet desde 1999. Lendas urbanas, pulhas virtuais, boatos, desinformação, teorias conspiratórias, mentiras, vírus, cavalos de troia, golpes e muitas outras coisas que vagam pela Internet.

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Niels Bohr e o Barômetro.
Lenda & ciência

Modelo do átomo

 

Niels Henrick David Bohr (1885 - 1962) nasceu em Copenhague, Dinamarca e foi o criador da teoria que explica a "estrutura do átomo, baseando-se na descoberta do núcleo atómico, realizada por Ernest Rutherford." (Wikipedia)

Niels Bohr foi um dos fundadores do Conselho Europeu para a Pesquisa Nuclear (CERN - Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire). O CERN é também conhecido como a instituição de onde saiu a Internet tal qual a conhecemos hoje: WEB - World Wide Web.

Foi Timothy John Berners-Lee, mais conhecido como Tim Berners-Lee, cientista inglês, quem construiu o primeiro navegador que possibilitava a comunicação entre computadores de diferentes fabricantes. A primeira versão do protocolo http - HyperText Transfer Protocol foi apresentada em 6 de agosto de 1991 quando surgiu o primeiro domínio, http://info.cern.ch/, existente até hoje.

O CERN também é conhecido por haver construído o Large Hadron Collider (LHC), equipamento que produziu a controversa "partícula de Deus" cujo roubo levou a cientista Vittoria Vetra para Roma em "Anjos e demônios" (Angels & Demons, Ron Howard, 2009). Mas isso é outra história.


Desde a década de cinquenta do século passado que a lenda sobre o barômetro que deveria ser usado por Niels Bohr para medir a altura de um edifício circula pelo mundo.

A primeira versão foi publicada na revista Reader's Digest de 1958 (mês não indicado) em artigo de autoria de Alexander Calandra (1901 - 2006), professor emérito da Washington University. O artigo é intitulado Angels on a pin: The barometer story.

Outra versão diz que RL Loeffelbein, professor de física da Universidade de Washington em St. Louis, estava prestes a dar nota zero a estudante, pois ele não havia dado a resposta esperada a um problema.

Para contornar a situação, o professor convocou o Dr. Alexander Calandra para submeter o estudante a nova arguição. É Alexander Calandra quem relata a história.

Afirma-se, também, que o artigo foi publicado originalmente no Saturday Review, em 1968.

Segundo Voici le problème pose par un professeur..., o estudante era Nils Bohr e o examinador, que daria a nota final, Rutherford.

Mas para Carlos Alberto Teixeira (v. 1001 usos para um barômetro), "Quando Bohr estudava em Copenhagen, na Dinamarca, Rutherford ensinava em Manchester, na Inglaterra."


Entre as muitas versões uma diz que Niels Henrick David Bohr foi o único dinamarquês a ganhar o Prêmio Nobel de física.

Não é verdade.

Bohr ganhou o Nobel de física em 1922. Ben Roy Mottelson e Aage Niels Bohr, dinamarqueses, juntamente com Leo James Rainwater, dos Estados Unidos, ganharam o prêmio em 1975.


Em 4 outubro de 1957, ano anterior à publicação da história no Reader's Digest, a União Soviética havia lançado ao espaço o primeiro satélite artificial, o Sputnik, e os norte-americanos se sentiram humilhados e passados para trás.

Menos de um mês depois, 3 de novembro de 1957, os russos mandaram a cachorrinha Laika para o espaço numa cápsula com suprimento de água e alimentos e equipamento de monitoração. (Feito impensável hoje em dia :)

Em plena guerra fria, EUA e URSS não mais se pareciam como os aliados que foram durante a Segunda Guerra. Agora inimigos mortais, qualquer movimento de um era observado atentamente pelo outro.

Foi nesse quadro, descrito por alguns norte-americanos como de pânico, que instituições de ensino norte-americanas passaram a questionar o modelo educacional adotado, pois, segundo eles, havia sido superado pela URSS.

O artigo de Alexander Calandra foi um alerta para a necessidade de rever os métodos de ensino passando a dar ênfase na ideia de que um problema pode ter mais de uma solução, sendo algumas mais viáveis do que outras.

As alternativas relatadas teriam sido reais e compiladas pelo professor ao longo de sua carreira.


Conclusão: nem Rutherford nem Bohr protagonizaram a história. Não é improvável que as respostas descritas tenham sido efetivamente fornecidas em exames, por estudantes de Alexander Calandra, renomado professor de física dos Estados Unidos.


Mais.

1001 usos para um barômetro

Alexander Calandra: "The Barometer Story"

anécdota de Bohr, La (Sir Ernest Rutherford, ..., contaba la siguiente anécdota.)

Barometer Story, The, by Alexander Calandra

There are many correct ways to answer a test question


verdad sobre la anécdota de Rutherford, Bohr y el barómetro o un tributo al Profesor Calandra, La. (Calandra publicó esta anécdota (inventada por él) en su libro “The Teaching of Elementary Science and Mathematics”)

Voici le problème pose par un professeur de Physique du début du siècle. (L'étudiant était Niels Bohr et l'arbitre Rutherford. Rutherford.)

 

Uma das versões.

Niels Bohr e o Barômetro

"Há algum tempo recebi um convite de colega para servir de árbitro na revisão de uma prova. Tratava-se de avaliar uma questão de Física, que recebera nota 'zero'. O aluno contestava tal conceito, alegando que merecia nota máxima pela resposta, a não ser que houvesse uma 'conspiração do sistema' contra ele. Professor e aluno concordaram em submeter o problema a um juiz imparcial e eu fui o escolhido.

Chegando à sala de meu colega, li a questão da prova, que dizia:

'Mostrar como se pode determinar a altura de um edifício alto com o auxilio de um barômetro.'

A resposta do estudante foi a seguinte:

'Leve o barômetro ao alto do edifício e amarre uma corda nele; baixe o barômetro até a calçada e, em seguida, levante a corda e meça o comprimento dela; esse comprimento será igual à altura do edifício.'

Sem dúvida era uma resposta interessante e, de alguma forma correta, pois satisfazia o enunciado. Por instantes vacilei quanto ao veredicto.

Recompondo-me rapidamente, disse ao estudante que ele tinha forte razão para ter nota máxima, já que havia respondido a questão completa e corretamente. Entretanto, se ele tirasse nota máxima, estaria caracterizada uma aprovação em um curso de Física, mas a resposta não confirmava isso. Sugeri então que fizesse outra tentativa para responder a questão.

Não me surpreendi quando meu colega concordou, mas sim quando o estudante resolveu encarar aquilo que eu imaginei seria um bom desafio. Segundo o acordo, ele teria seis minutos para responder a questão, isto após ter sido prevenido de que sua resposta deveria mostrar, necessariamente, algum conhecimento de Física.

Passados cinco minutos ele não havia escrito nada, apenas olhava pensativamente para o forro da sala. Perguntei-lhe então se desejava desistir, pois eu tinha um compromisso logo em seguida e não tinha tempo a perder. Mais surpreso ainda fiquei quando o estudante anunciou que não havia desistido. Na realidade tinha muitas respostas, e estava justamente escolhendo a melhor. Desculpei-me pela interrupção e solicitei que continuasse.

No momento seguinte ele escreveu esta resposta:

'Vá ao alto do edifico, incline-se numa ponta do telhado e solte o barômetro, medindo o tempo t de queda desde a largada até o toque com o solo. Depois, empregando a fórmula

h = ½at²

calcule a altura do edifício.'

Perguntei então ao meu colega se ele estava satisfeito com a nova resposta, e se concordava com a minha disposição em conferir praticamente a nota máxima à prova. Concordou, embora sentisse nele uma expressão de descontentamento, talvez inconformismo.

Ao sair da sala lembrei-me que o estudante havia dito ter outras respostas para o problema. Embora já sem tempo, não resisti à curiosidade e perguntei-lhe quais eram essas respostas.

"Ah!, sim," - disse ele - "há muitas maneiras de se achar a altura de um edifício com a ajuda de um barômetro."

Perante a minha curiosidade e a já perplexidade de meu colega, o estudante desfilou as seguintes explicações.

"Por exemplo, num belo dia de sol pode-se medir a altura do barômetro e o comprimento de sua sombra projetada no solo. bem como a do edifício. Depois, usando uma simples regra de três, determina-se a altura do edifício."

"Outro método básico de medida, aliás, bastante simples e direto, é subir as escadas do edifício fazendo marcas na parede, espaçadas da altura do barômetro. Contando o número de marcas ter-se-á a altura do edifício em unidades barométricas."

"Um método mais complexo seria amarrar o barômetro na ponta de uma corda e balançá-lo como um pêndulo, o que permite a determinação da aceleração da gravidade (g). Repetindo a operação ao nível da rua e no topo do edifício, têm-se dois g's, e a altura do edifício pode, a princípio, ser calculada com base nessa diferença."

"Finalmente", concluiu, "se não for cobrada uma solução física para o problema, existem outras respostas. Por exemplo, pode-se ir até o edifício e bater à porta do síndico. Quando ele aparecer diremos:

'Caro Senhor síndico, trago aqui um ótimo barômetro; se o Sr. me disser a altura deste edifício, eu lhe darei o barômetro de presente.'"

A esta altura, perguntei ao estudante se ele não sabia qual era a resposta 'esperada' para o problema. Ele admitiu que sabia, mas estava tão farto com as tentativas dos professores de controlar o seu raciocínio e cobrar respostas prontas com base em informações mecanicamente arroladas, que ele resolveu contestar aquilo que considerava, principalmente, uma farsa.

==

(*) Niels Bohr nasceu em Copenhagen, Dinamarca, em 7 de Outubro de 1885. Obteve seu doutorado na Universidade de Copenhagem em 1911 e logo a seguir foi para a Inglaterra onde trabalhou inicialmente com J. J. Thomson e depois com Ernest Rutherford. A partir do modelo criado por Rutherford, Bohr desenvolveu um modelo de átomo que logo alcançou ampla aceitação na comunidade de físicos e químicos. A partir desse modelo, a chamada Teoria Quântica se expandiu com os trabalhos de Heinsenberg e outros. Por esse trabalho Bohr ganhou o prêmio Nobel de 1922.

Na década de 30, Bohr trabalhou ativamente em modelos do núcleo atômico criando o chamado "modelo da gota líquida" que foi fundamental no entendimento dos processos de fissão e fusão nucleares. Bohr acreditava firmemente nos postulados da Mecânica Quântica e, durante muito tempo, participou de uma controvérsia com Einstein que considerava o aspecto estatístico dessa teoria como insatisfatório. A "interpretação de Copenhagen", síntese das idéias de Bohr e outros acerca da natureza quântica, ainda hoje é objeto de disputa entre filósofos da ciência física embora não tenham surgido, até hoje, resultados experimentais que a contradigam.

Durante a segunda guerra, Bohr foi obrigado a fugir da Dinamarca e viveu nos Estados Unidos quando a bomba atômica foi construida e lançada sobre o Japão. No anos após a guerra, Bohr participou de vários movimentos pacifistas que propunham o fim da produção de armas nucleares.

Bohr morreu em Copenhagem em 18 de Novembro de 1962. O Instituto de Física Teórica da Universidade de Copenhagem onde trabalhou durante quase toda a vida passou a se chamar Instituto Niels Bohr em homenagem ao grande físico dinamarquês. "

 

Motel

31 de março de 2012


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